Investir em arte pode ser bom para sua carteira?

Veja quais os pontos positivos de ter obras de arte como ativos

Arte vem do latim ars e tem como seu conceito-base englobar todas as criações do ser humano, estando presente na música, nas esculturas exibidas nos grandes museus e na roupa que vestimos. Por quê não estar então em nossa carteira de investimentos? 

Pode parecer que esse tipo de investimento não leva a lugar nenhum, mas desde 2002 – quando foi criado – o Índice Mei Moses vem mostrando que esse pode sim ser um setor com bons retornos. O Mei Moses é usado pela Sotheby’s, uma sociedade de vendas por leilão, e consegue analisar as vendas repetidas no mercado de arte, ou seja, venda do mesmo objeto em diferentes momentos classificando suas alterações de valor. 

Apesar de ser visto de maneira superficial como um mercado fechado, pode ser mais lucrativo do que parece para quem levar em consideração o investimento em obras de arte como real potencial de valorização. Em 2015, até os grandes Portfolio Managers não puderam deixar de lado o retorno médio anual do investimento em obras de arte em relação aos últimos 50 anos que chegava a aproximadamente 8% ao ano em dólares. 

Além de ser uma ótima oportunidade para diversificar a carteira, a arte como ativo age como uma espécie de aplicação de recursos em um fundo de investimento. Como tudo no mercado financeiro, quanto maior o risco, maior pode ser o retorno, então é necessário que haja uma identificação do perfil do investidor e da galeria/artista com a qual o negócio será fechado. 

Entre o tradicional e o contemporâneo  

Para os investidores que preferem ter um retorno mais seguro, a compra de obras como de Picasso, da Vinci ou Pollock podem garantir isso, exigindo um investimento inicial maior e uma menor margem de ganho. 

 

                     

Visitantes observam o quadro ‘Abaporu’ (1928), da artistaTarsila do Amaral, na Pinacoteca do Estado de São Paulo. -Foto: Paulo Liebert

Um bom exemplo desse tipo de investimento é o famoso colecionador Raul Forbes, que é ex-proprietário do “Abaporu”, de Tarsila do Amaral. ‘’Eu nunca comprei arte como investimento, mas foi o melhor investimento que eu fiz’’ afirmou Raul. Dentro do cenário brasileiro, a arte vista como ativo pode se sobressair já que o país possui baixo desempenho econômico de alguns ativos. 

Já para aqueles investidores mais ousados, a aposta são os novos artistas. Os adeptos da arte contemporânea também podem explorar a arte como investimento, cientes de que o risco é maior, uma vez que não é possível saber ao certo como aquele trabalho irá valorizar, mas pode significar um bom retorno surpresa. 

Mercado de trabalho  
Com o investimento em arte se tornando parte de carteiras surgem serviços para que esse patrimônio possa ser gerenciado ou alavancado de maneira profissional. Atualmente, o mercado já conta com financeiras especializadas em crédito, tendo obras de arte como garantia, disponibilizando ao colecionador acesso a recursos imediatos, isso sem que ele precise se desfazer da obra. Esse mercado já captou mais de US$60 milhões ao redor do mundo e já possui, inclusive no Brasil, empresas pioneiras no ramo, como a brasileira Finarte que tem gestão e ativação do patrimônio em arte. 

Uma profissão que vem crescendo bastante no Brasil é a de consultor de arte: profissionais que procuram peças de arte, se inteiram nas nuances do mercado, e aconselham investidores onde colocar seu dinheiro.   

Mercado e experiência 
NFTs são a nova ponte do mercado da arte, como a largada para uma corrida que promete retornos valiosos. As NFTs, permitem que qualquer artista ao redor do mundo, consiga vender sua arte para qualquer pessoa, já que em cada NFT há uma assinatura virtual em blockchain, que ao ser consultada exibe a quem a obra pertence. 

Em junho de 2021 aconteceu o primeiro leilão digital de arte 100% brasileiro, realizado pela startup baiana InspireIP, onde os lances iniciais eram de US$ 600 (aproximadamente R$ 3.200) por peça.