Turismo brasileiro deve fechar 2021 com alta

O setor deve terminar o ano com o um faturamento de R$ 130 bilhões, um crescimento de 16% ante 22% registrado no período pré-pandemico

 Desde que as restrições contra as ondas do covid-19 começaram, o comercio brasileiro foi afetado em grande escala. Dependendo do setor de transporte para se manter vivo, o turismo ainda enfrenta grandes obstáculos mesmo com as flexibilizações das medidas restritivas.  

O setor deve terminar o ano com o um faturamento de R$ 130 bilhões, sendo um crescimento de 16% ante 22% registrado no período pré-pandemico. No entanto, apesar do bom desempenho para 2022, apontados pelo levantamento do Conselho de Turismo (CT), o movimento de alta inflacionária impacta tantos as empresas quanto as famílias. 

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), que também contribuiu no levantamento de dados, registrou que os segmentos de serviços mostram resultados mais expressivos para o ultimo trimestre, mas podem estar limitados no próximo ano.  

“A base de comparação explica o resultado, pois, esses foram os setores que mais sofreram o impacto da crise em 2020, estando, também, abaixo do patamar de abril de 2019”, informa a FecomercioSP. De acordo com os dados, os segmentos que demonstraram alta a partir do quarto mês do ano, foram os de transporte aéreo, com alta anual de 83,9% e serviços de alojamento e alimentação, crescendo 61,9%.   

Ainda no transporte aéreo, a demanda segue com os mesmos números dede junho, quando atingiu um nível acima dos seis milhões em demandas dos passageiros. No primeiro semestre de 2021 houve queda de 7,4% nas atividades recreativas e culturais, sendo o grupo mais impactado do turismo já que depende essencialmente das pessoas completamente vacinadas para que haja um aumento significativo de público e atividades em 2022.  

Um dos impactos da inflação no turismo é a pressão no orçamento das famílias, que segundo a presidente do CT da FecomercioSP, Mariana Aldrigui, continuará sendo o fator mais importante a ser observado no próximo ano, principalmente a partir de março, quando essa demanda começa a recuar.  

“Infelizmente, como em outros momentos relevantes para o turismo, fez-se muito pouco em termos de investimentos, oferta de crédito e estímulo à inovação, o que deixa o Brasil ainda mais dependente de seu mercado interno”, disse Aldrigui.  

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou em um dos seus relatórios que o setor vem enfrentando inflação de 16,75% nos últimos 12 meses, o que mostra um avanço de 5,49% no preço do turismo.  As consequências dessa inflação estão presentes nas passagens aérea, que em 12 meses tiveram alta de 50,11% em seu valor, nos preços dos combustíveis e no aumento desacerbado no valor da energia.  

  Todos esses fatores serão repassados das empresas para os consumidores, fazendo com que a pressão nos preços cresça nos meses subsequentes, o ajuste é apenas uma questão de tempo e deve se estender continuar, pelo menos, até metade de 2022.