Tesouro Direto: papéis avançam após nova suspensão

A negociação dos títulos foi interrompida pelo segundo dia consecutivo com notícias da inflação e juros norte-americanos

Pelo segundo dia consecutivo, a negociação dos títulos do Tesouro Direto foi suspensa pela manhã. Nesta terça-feira (12), a interrupção durou mais de uma hora. Na volta, o Tesouro Prefixado 2025 apresentou a maior alta, oferecendo rentabilidade de 12,10% às 15h20 (de Brasília), acima dos 12,05% registrados na segunda-feira (11). Os Prefixados 2029 e 2033 oferecem taxas de 11,92% e 11,98%.

Assim como os títulos Prefixados, os indexados à inflação avançam em relação à sessão anterior. O Tesouro IPCA+ 2025 entrega rentabilidade de 5,34%, enquanto os 2035 e 2045, de 5,61%. Os Tesouro IPCA+ 2032, 2040 e 2055 com juros semestrais oferecem taxas de retorno de 5,58%, 5,62% e 5,74%, respectivamente.

As negociações dos títulos do Tesouro Direto são suspensas quando há alta volatilidade nos preços e taxas. A parada nos negócios ocorre para evitar que o investidor feche transações que podem mudar de preço rapidamente. 

Na segunda-feira, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou que a alta de 1,7% do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) foi uma surpresa, mas que diversos países emergentes estão apresentando altas taxas de inflação. Segundo o presidente da autoridade monetária, o BC estaria disposto a revisar seus posicionamentos. A fala de Campos Neto foi tida como um indicativo de que o Banco Central pode mudar de ideia em relação ao encerramento do ciclo de ajuste da Selic previsto para maio. 

Já nesta terça-feira, a alta da inflação nos EUA foi o principal assunto do dia. O Departamento do Trabalho norte-americano divulgou que o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) saltou 1,2% em março, maior alta mensal desde setembro de 2005. Os preços altos nos EUA interferem na curva futura de juros no Brasil, afetando também a rentabilidade dos títulos públicos do Tesouro Direto.