Secretária do Tesouro dos EUA afirma que a inflação não será um problema de uma década

A secretária do Tesouro dos EUA, Janet Yellen, afirmou nesta quarta-feira (08) que a inflação não será um problema de uma década para o país e que os gastos emergenciais da Covid-19 do governo Biden contribuíram de forma modesta para os aumentos de preços. Yellen ainda afirmou que é importante continuar a reduzir os déficits no atual ambiente inflacionário.

“Não vejo como a inflação seja um assunto de uma década”, disse Yellen ao comitê orçamentário da Câmara dos Deputados dos EUA. 

Membros do partido Republicano da Câmara e do Senado perguntaram repetidamente a Yellen se as medidas de alívio da Covid-19 de US$ 1,9 trilhão do governo Biden, mais conhecidas como Plano de Resgate Americano, foram uma das causas da inflação alta.

“Esses gastos produziram excelentes remunerações para os norte-americanos e, no máximo, contribuíram modestamente para a inflação”, respondeu a secretária do Tesouro.

Na terça-feira (07), Yellen disse ao Comitê de Finanças do Senado que a inflação elevada provavelmente persistirá, embora ela espere um arrefecimento em breve. A secretária do Tesouro ainda afirmou que a previsão de inflação de 4,7%, presente no orçamento enviado pela Casa Branca, provavelmente vai ser revista e aumentar. 

Ainda na terça, Yellen pediu ao Congresso que aprove novas medidas para ajudar a aliviar a inflação, ressaltando que ela deve continuar alta no curto prazo. A declaração foi feita durante audiência do Comitê de Finanças do Senado norte-americano para discutir a proposta de orçamento. Yellen disse ainda que existem vários riscos ao determinar uma política econômica, e que a inflação é um deles, mas que o maior perigo era que “os americanos ficassem marcados por uma profunda e longa recessão”.

Na semana passada, a secretária do Tesouro dos EUA havia dito que estava “errada” em sua avaliação de 2021 de que a inflação seria mais transitória e desapareceria mais rapidamente. Janet Yellen relatou que sua análise anterior não levava em conta a guerra entre Ucrânia e Rússia e nem as novas ondas de casos de Covid-19.