Powell, do Fed, sinaliza que inflação seguirá pressionada nos EUA

Presidente do Federal Reserve afirmou que um aumento de 0,50 ponto percentual na taxa de juros está “na mesa” para a próxima reunião

Jerome Powell, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central norte-americano), sinalizou que a autoridade monetária deve aumentar as taxas de juros na próxima reunião do Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto). Além disso, indicou que movimentos parecidos poderão ser necessários no futuro. 

Powell afirmou que “é apropriado do meu ponto de vista haver um movimento um pouco mais rápido de aumento das taxas de juros”, nesta quinta-feira (21). O presidente do Fed falou em um painel de debate com a presidente do BCE (Banco Central Europeu), Christine Lagarde. O painel foi organizado pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).

O chefe do banco central norte-americano disse que a economia dos EUA é menos vulnerável e está mais distante dos efeitos imediatos da guerra na Ucrânia do que a Europa. No entanto, acredita que a inflação não tenha atingido seu pico em março e que a economia deve seguir pressionada pela alta inflação. Para Powell, o aumento da taxa de juros em 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Fomc, marcada para os dias 3 e 4 de maio, é uma opção.  

Avanço da inflação nos EUA

Na quarta-feira (20), o Fed divulgou o Livro Bege, um resumo das atuais condições econômicas dos EUA. O documento endossa a fala de Powell, mostrando que o ritmo acelerado da inflação causado pelas incertezas geopolíticas não apresentou sinal de diminuição entre fevereiro e abril. 

De acordo com o texto, a atividade econômica nos EUA avançou moderadamente, sendo que diversos distritos relataram bons índices na atividade industrial e ganhos de emprego. No entanto, rupturas nas cadeias produtivas e a dificuldade no fornecimento de matérias-primas estão ocasionando picos nos preços de energia, metais e commodities agrícolas. 

Jerome Powell estava contando que a inflação atingiria seu pico em março, o que não ocorreu devido à guerra na Ucrânia e às sanções impostas à Rússia, bem como as recentes medidas de contenção do coronavírus implementadas na China. O painel do FMI em Washington foi a última intervenção pública de Powell antes da reunião de política monetária em maio.