Pedidos de recuperação judicial caem para menor nível desde 2014

Economistas apontam que a queda não significa uma retomada na economia brasileira

O número de pedidos de recuperação judicial caíram 24,4% em 2021 na comparação com os resultados do ano retrasado, quando houve queda de 15% em relação a 2019, de acordo com dados da Serasa. A quantidade de solicitações chegou a 891, o menor patamar desde 2014, informam Guilherme Macêdo e Uri Wainberg, sócios do escritório Marcello Macêdo Advogados.

Segundo levantamento feito pela casa do total de recuperações judiciais requeridas à Justiça, 604 foram de micro e pequenas empresas, 197 de médias e 90 de grandes companhias. O setor mais afetado foi o de serviços, que tem o maior peso na economia brasileira , cerca de dois terços do Produto Interno Bruto (PIB), sendo responsáveis por 460 solicitações de recuperação judicial.

Macêdo e Wainberg explicam que, mesmo na pandemia, os empresários recorreram menos ao Judiciário em 2021 porque, entre outros fatores, foram renegociadas dívidas, realizados acordos extrajudiciais e novas linhas de crédito foram disponibilizadas.

“Indubitavelmente esses números não representam uma retomada econômica do País, mas sim um alívio temporário em razão dos fatores mencionados. O cenário atual de inflação e juros galopantes ainda é extremamente desafiador”, afirma Macêdo.

Segundo os advogados, alguns empresários decidiram pelo fechamento das empresas, sem a abertura de processo falimentar ou tentativa de recuperação. Ou seja, provavelmente as empresas foram diretamente para o processo de liquidação.