Membros do Fed pretendem acelerar alta dos juros

Fed diz que postura monetária mais dura pode “ser justificável”

Os integrantes do Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, concordam que uma política monetária mais dura pode “ser justificável” dependendo de desenvolvimentos econômicos e financeiros e consideram acelerar alta dos juros, segundo a ata da última reunião do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do órgão divulgada nesta quarta-feira (6). O encontro aconteceu no dia 16 de março.

Na última reunião, o Fed realizou a primeira alta de juros desde 2018, com uma elevação de 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa está atualmente entre 0,25% e 0,50% ao ano.

As autoridades, concordaram que um limite de redução em US$ 60 bilhões em títulos do Tesouro por mês e em US$ 35 bilhões em títulos lastreados em hipotecas, por um período de três ou “um pouco” mais, seria adequado.

Segundo a ata, não houve nenhuma decisão final, no entantao as autoridades fizeram “progressos substanciais” e poderiam “começar o processo de redução do tamanho do balanço patrimonial logo após a conclusão da reunião de política de 3 a 4 de maio”, apontou o documento.

A ata também pontuou que muitos dirigentes consideram possível alta de 0,5 ponto percentual nos juros nas próximas reuniões, “principalmente se as pressões inflacionárias permanecerem elevadas ou intensificadas”.

“Muitos participantes observaram que – com a inflação bem acima do objetivo do Comitê, riscos inflacionários para cima e a taxa básica bem abaixo das estimativas de seu nível de longo prazo – eles teriam preferido um aumento de 50 pontos base (ou 0,5 ponto) no intervalo da meta”, constou a ata.

O documento ainda destacou que “todos os participantes indicaram seu forte compromisso e determinação em tomar as medidas necessárias para restaurar a estabilidade de preços”. 

“Os integrantes do comitê julgaram que seria apropriado mudar rapidamente a postura da política monetária para uma postura neutra. Eles também observaram que, dependendo dos desenvolvimentos econômicos e financeiros, uma mudança para uma postura mais rígida poderia ser justificada”, mostrou a ata.

Na discussão durante a última reunião, os membros do comitê consentiram que os indicadores de atividade econômica e emprego permaneceriam se fortalecendo, além da inflação elevada, refletindo desequilíbrios contínuos de oferta e demanda, preços de energia mais altos e pressões de preços maiores.

Outro ponto foi a invasão da Ucrânia pela Rússia, que segundo os integrantes estava causando grandes dificuldades sociais e econômicas, apontando que as implicações da guerra para a economia dos EUA são muito incertas. Eles julgaram que, no curto prazo, a invasão e os eventos relacionados provavelmente criariam uma pressão adicional sobre a inflação e pesariam sobre a atividade econômica.