Fintechs perdem R$ 542 bi de valor, diz jornal

Por conta da alta da taxa de juros, que torna o ambiente mais hostil para o mercado de ações, as fintechs brasileiras perderam, juntas, R$ 452 bilhões de valor

As fintechs brasileiras perderam, juntas, R$ 452 bilhões em valor de mercado nos últimos 12 meses. Isto por conta da alta da taxa de juros, que torna o ambiente mais hostil para o mercado de ações. Em 12 meses, o Ibovespa perdeu R$ 1,026 trilhão em valor de mercado.  

As fintechs também sofreram um efeito negativo das taxas mais altas sobre o mercado de crédito. Os analistas não podem afirmar, mesmo com toda a desvalorização acumulada, que esses papéis já tenham ficado baratos, segundo o ˜Valor˜.  

À medida que cresce a aposta de uma taxa Selic ainda mais alta, o movimento negativo continua.  

Algumas fintechs brasileiras, como o Nubank e a XP, têm ações listadas apenas na bolsa americana. Elas defendem essas estratégias dizendo que no mercado americano tem a presença de mais “players” do setor de tecnologia e a demanda dos estrangeiros por esses papéis facilitariam a definição do preço no momento de sua oferta inicial.  

Como o juro é o custo do dinheiro no tempo, a alta da taxa afeta diretamente esse tipo de empresa, segundo o ˜Valor˜.  

“Quando a taxa de juros sobe, você olha para o fundamento da empresa com mais cuidado”, diz Conrado Rocha, sócio e gestor dos fundos de renda variável da Polo Capital, segundo o ˜Valor˜. A alta da Selic, sozinha, é suficiente para a correção de preços.  

O Nubank mostrou resiliência diante da piora das condições econômicas, com taxas ainda expressivas de expansão da carteira e inadimplência sob controle, escalando no crédito, com um crescimento de 30%.  

Já o Inter e Pan adotaram uma postura mais conservadora e desaceleraram a concessão de crédito.  

Também é relevante comentar como os efeitos da inflação e dos juros sobre o mercado de crédito também afetam o mercado de adquirência.  

Com a piora das condições econômicas em questão, a Stone tem a estratégia de aproveitar sua base de clientes para oferecer crédito. 

Já na XP, o efeito foi um atraso no cumprimento da meta de alcançar R$ 1 trilhão em ativos sob custódia até dezembro do ano passado.  

Os balanços relativos ao segundo trimestre irão esclarecer mais efeito da alta dos juros sobre os negócios de cada uma dessas companhias, segundo os analistas.  

Em resumo, enquanto o Nubank e a XP preferiram não se manifestar quando procuradas, o Banco Inter afirma que atribui a desvalorização dos papéis à migração do mercado de ações de crescimento para ações “de valor”. Já o Banco Pan diz que a aquisição da plataforma de e-commerce Mosaico é um dos movimentos feitos no sentido de ampliar a oferta de produtos e serviços e estreitando o relacionamento com os clientes.  

Enquanto O PagSeguro a empresa tem aproveitado para diversificar sua estrutura de financiamento, mesmo com cenário desafiador, a fim de reduzir sua exposição aos ciclos de juros no futuro.  

A Méliuz afirma que, no atual cenário, a preservação do caixa é ainda mais importante e, por isso, a empresa está “trabalhando duro para entregar ainda mais crescimento com menos investimento”.  

A Stone afirmou que trabalha com uma projeção de R$ 2,15 bilhões para sua receita total, um crescimento de 148% no segundo trimestre.