Desemprego no Brasil cai para 10,5% e atinge 11,3 milhões de pessoas

A taxa é a menor para um trimestre encerrado desde abril de 2015

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril deste ano, consolidando a menor taxa desde 2015, quando o trimestre registrou 8,1%. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (31), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 

No trimestre encerrado em março, a taxa se encontrava em 11,1%. Já em abril de 2021, registrou 14,8%. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o País tem 11,3 milhões de desempregados (maiores de 14 anos que procuraram emprego, mas não conseguiram encontrar), retração de 25,3% ante o mesmo trimestre do ano passado.

De acordo com o IBGE, o número de pessoas ocupadas (empregados, empregadores e funcionários públicos) chegou em 96,5 milhões, o maior da série histórica, iniciada em 2012. O número mostrou-se 1,1% maior do que o trimestre anterior e 10,3% superior ao mesmo período de 2021.

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Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas por amostra de domicílios do IBGE, afirmou que “nesse trimestre, estamos diante da manutenção do processo de retração da taxa de desocupação, que vem ocorrendo desde o trimestre encerrado em julho de 2021, em função, principalmente, do avanço da população ocupada nos últimos trimestres.”

Os grupos de transporte, armazenagem e correio, administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana, serviços sociais e outros serviços apresentaram aumentos da ocupação em níveis mais elevados. “Em outros serviços, destaca-se o aumento nos serviços de embelezamento, como cabeleireiros, manicure e esteticista”, disse Beringuy. Os demais grupos permaneceram estáveis. 

Força de trabalho e número de carteiras de trabalho assinadas avançam

A força de trabalho, ou seja, pessoas a partir dos 14 anos ocupadas ou em busca de empregos, somou 107,9 milhões no trimestre encerrado em abril, 0,4% a mais na comparação com o trimestre anterior. Na comparação com o mesmo trimestre do ano passado, o avanço foi de 5,1%. 

A renda média ficou em R$ 2.569, retração de 0,1% frente ao trimestre anterior e de 7,9% em relação a 2021. “A gente sabe, pelas estimativas da Pnad Contínua, que a renda do trabalho representa cerca de 70% da renda total do domicílio. Então, é possível que, em função de um rendimento menor individual via trabalho, acabem mais pessoas buscando emprego, nesse processo de composição da renda domiciliar”, explicou Adriana. 

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O número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado ficou em 35,2 milhões, alta de 2% frente ao trimestre imediatamente anterior e de 11,6% na comparação anual. Segundo Beringuy, comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas e em informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas foram as atividades que registraram maior expansão no período. 

O contingente de trabalhadores subutilizados, ou seja, desempregados, aqueles que trabalham menos horas do que gostariam e os trabalhadores que não procuram emprego, mas gostariam de trabalhar, totalizou 26,1 milhões de pessoas. O número representa uma queda de 6% em relação ao trimestre anterior e retração de 22,5% frente ao mesmo período em 2021.