Como ficam seus investimentos com Selic a dois dígitos?

Um retorno aos juros de dois dígitos e o ciclo de alta da Selic deixa os investimentos pós-fixados cada vez mais atrativo.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou na noite desta quarta-feira (2) que a taxa básica de juros voltou a atingir o patamar de dois dígitos depois de quase cinco anos fora deste nível. Com a decisão do Copom de elevar a Selic para 10,75% ao ano, a taxa ultrapassou seu valor no período de julho de 2017, quando estava a 10,25%. Recentemente Selic já havia batido um recorde atingindo o seu maior patamar em 18 anos, quando alcançou a margem de 5,25% ao ano em agosto de 2021.

Ainda assim, esta postura adotada pelo BC de elevar a taxa não parece estar perto do fim. A expectativa do mercado é de que devam surgir mais altas, ainda que não na mesma intensidade. De acordo com o último Boletim Focus da autarquia monetária brasileira, a Selic deve terminar 2022 em 11,75% ao ano, enquanto a inflação oficial, medida pelo IPCA, deve fechar o ano em 5,38%, ainda acima do teto da meta, que neste ano é de 5%.

Se por um lado a elevação da taxa básica de juros pode ser desfavorável para alguns, ao passo que ela reflete no aumento das taxas bancárias e consequentemente nos empréstimos, por exemplo; por outro, do ponto de vista do investidor, um retorno aos juros de dois dígitos e o ciclo de alta da Selic deixa a renda fixa conservadora cada vez mais atrativa.
 
A taxa básica de juros serve como referência para o retorno dos investimentos de maneira geral, mas não só deles, ela é importante porque influencia no custo dos empréstimos e financiamentos.  Adianta-se aqui que, mesmo com a elevação da Selic, somado à correção da rentabilidade da caderneta da poupança na Taxa Referencial (TR) – que saiu do zero pela primeira vez desde 2017 – a aplicação mais popular do país permanece menos interessante que os melhores investimentos pós-fixados. Sendo eles: Tesouro Selic (LFT), dos fundos DI e dos títulos bancários mais rentáveis, como os CDB, LCI e LCA pós-fixados.

Tesouro Direto Selic 
O Tesouro Selic está entre as principais aplicações para quem busca investir em renda fixa por render 100% da taxa básica de juros. No início de 2021, o retorno para quem aplicava nessa opção de investimento era de 2% ao ano, considerado pouco em análise de especialistas e, por isso, impulsionou o resgatar de uma grande maiora sobre sua aplicação.No entanto, ao longo do ano esse valor foi se valorizando e desde esta quarta-feira (3) o título passou a render 10,75% ao ano. 

CDB – Certificado de Depósito Bancário
Certificado de Depósito Bancário ou simplesmente CDB é um dos títulos de Renda Fixa mais tradicionais do mercado. Emitidos por bancos, estes títulos são ótimas oportunidades para quem busca se beneficiar do aumento da taxa Selic. Existem alguns tipos de certificados de depósito bancário, no entanto os títulos pós-fixados e atrelados ao CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ganham destaque por ser uma opção que tem o costume de seguir no mesmo ritmo da Selic. Neste sentido, quando a Selic sobe o CDI acompanha e vice-versa. A rentabilidade de um CDB é definida por uma porcentagem da taxa do CDI (comumente chamada de taxa DI), que representa o valor cobrado quando os bancos emprestam dinheiro entre si.

LCI – Letra de Crédito Imobiliário
As LCIs foram criadas para impulsionar o mercado de crédito imobiliário no país, em termos práticos elas são títulos emitidos por bancos que emprestam esse recurso para empresas ligadas ao mercado imobiliário. São muito parecidas com o CDB, porém, possuem um diferencial muito interessante que é o fato de ser isenta de imposto de renda  (IR).

LCA – Letra de Crédito do Agronegócio
A nomenclatura desse ativo diz muito sobre o que ele é. Trata-se de uma letra de crédito, ou seja, um título emitido por uma instituição financeira, como os bancos. As LCAs são muito parecidas com as LCIs, diferenciando-se ao passo que possui um segmento no agronegócio. O emprego do capital aportado é destinado ao desenvolvimento do setor agrícola do país. As LCAs também são isentas de IR e contam com a garantia do Fundo Garantidor de Créditos (FGC).

Fundos de Investimentos Referenciados DI
Por fim, os Fundos DI, que buscam obter retornos que acompanham o CDI, possuem as principais características, como baixa volatilidade e baixas taxas de administração. Eles possuem retornos próximos ao CDI, com a necessidade de salientar que pode haver variação de fundo para fundo e portanto se faz necessário ler o prospecto e conversar com um assessor de investimentos para se assegurar de que a escolha está alinhada com o objetivo do investidor.