Black Friday começa com lojas vazias e vendas mornas na internet

Dados indicam que, embora com números estáveis em relação ao ano passado, o ecommerce deve dominar as compras da Black Friday de 2021

Os números da Black Friday na manhã desta sexta-feira (26) indicam um dia de promoções parecido com o de 2020. Foram mais de 3,3 milhões de pedidos até as 10h, segundo monitoramento da Neotrust, empresa especializada em dados de vendas virtuais.

“O volume de compras na madrugada não começou tão bem, mas o que temos de positivo é que o faturamento começou a crescer nas últimas horas”, afirmou em nota a gerente de inteligência da empresa, Paulina Gonçalves Dias.

O faturamento já passa dos R$ 2,3 bilhões, 4% a mais do que igual período de 2020, embora não considere a inflação, que registra as maiores altas nas série histórica dos últimos 20 anos. Em outubro, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), aumentou 1,25%, maior para o mês desde 2002.

O perfil do consumidor, por enquanto, é mulher (57%), entre 25 e 50 anos (68,89%) e morador do sudeste (região que concentra 60,55% dos pedidos).

Os dados indicam que, embora com números estáveis em relação ao ano passado, o ecommerce deve dominar as compras da Black Friday de 2021. As grandes redes de varejo do centro de São Paulo na manhã desta sexta estavam vazias, segundo constatou a reportagem.

O destaque foi para as Lojas Americanas, em que os consumidores compravam itens de supermercado. Alimentos e bebidas são a terceira categoria mais comprada neste ano até agora, atrás de moda e acessórios e beleza e perfumaria.

Reportagem desta quinta-feira (25) na Folha mostra que os supermercados e varejistas de alimentos em geral decidiram aumentar as promoções de comida. O frigorífico Marfrig, por exemplo, dono da marca Bassi, participa pela primeira vez do dia de promoções por meio de cupons em compras no aplicativo.

Shampoo, perfume e itens de higiene e supermercados apareceram também no relatório dos primeiros dias de promoção do Reclame Aqui.

“Estamos vivendo a Black Friday da mercearia, o que deixa claro o momento inflacionário e difícil para as empresas e ainda mais para o consumidor”, afirma o presidente-executivo do Reclame Aqui, Edu Neves. “Itens de mercearia e higiene, por exemplo, são os únicos que restaram aos consumidores para buscar descontos reais, mostrando o momento contundente de inflação.”

Já haviam sido registradas 5.678 reclamações no site das 12h de quarta-feira (24), até as 6h desta sexta, o que representa um aumento de 17% em relação ao mesmo período do ano passado.