BC deve rever crescimento do PIB para 2%

Roberto Campos Neto sinalizou a possibilidade da medida em reunião no Palácio do Planalto

O presidente do BC (Banco Central), Roberto Campos Neto, afirmou que o órgão deve rever suas projeções de crescimento para o PIB (Produto Interno Bruto) no ano para 2%. A sinalização de Campos Neto foi feita em reunião no Palácio do Planalto, de acordo com informações do “Estado de S.Paulo”.

A conversa ocorreu nos bastidores da cerimônia do programa Crédito Brasil Empreendedor. O presidente Jair Bolsonaro anunciou novas medidas para o programa.

Atualmente, a projeção do ministério da Economia, que é utilizada no Orçamento, é de alta de 1,5% do PIB neste ano. O BC mantém os cálculos em 1% por enquanto, mas as projeções para o crescimento do PIB devem subir no próximo relatório da inflação, documento divulgado pelo órgão monetário a cada três meses com o balanço de riscos para inflação e a previsão de indicadores econômicos.

Segundo o “Estadão”, os auxiliares de Bolsonaro estão preocupados com a possibilidade da inflação e da alta taxa de juros do Brasil prejudicarem as pretensões de reeleição de Bolsonaro. Preços elevados, principalmente nos combustíveis, causam danos à imagem do governo.

PIB: ministério da Economia confia que investimentos privados podem impulsionar PIB

A pasta da Economia acredita que o aumento do emprego e os investimentos privados em concessões da infraestrutura podem ajudar o governo a prosperar nas eleições de outubro. O mercado começa a rever as previsões do PIB para cima, após considerar até mesmo uma recessão em 2022.  Algumas instituições estão com previsões acima de 1,5%. A XP dobrou as estimativas de 0,8% para 1,6%. A LCA Consultores subiu de 0,7% para 1,6%.

Contudo, apesar do entusiasmo com o possível crescimento do PIB, economistas do mercado já sinalizam que o segundo semestre do ano será de incertezas, em virtude das constantes mudanças de política monetária e o cenário da economia global. O FED, o banco central norte-americano, também sinalizou que os EUA  podem aumentar ainda mais a sua taxa de juros para conter a inflação.