Alemanha prioriza cripto e blockchain para crescimento econômico

O novo governo também consentiu que o país deveria se tornar um dos principais pontos na Europa para as plataformas FinTech e InsurTech

O crescimento econômico da Alemanha seguirá um novo viés para os próximos quatro anos, aponta o novo governo do país. Pela primeira vez, o acordo de coalizão menciona criptomoedas e tecnologia blockchain entre um dos pilares que darão suporte ao desenvolvimento da nação europeia.

Os social-democratas de centro-esquerda (SPD), o Partido Verde e os Democratas Livres (FDP) formam o chamado governo de coalizão de “semáforo”, que se descreve como uma “Aliança pela Liberdade, Justiça e Sustentabilidade”. O intuito da coalizão, segundo seu roteiro, é modernizar e revitalizar a Alemanha.

Dentre as políticas do acordo, estão a erradicação gradual do uso de carvão até 2030, compromisso com 80% de energia renovável, aumento no salário mínimo, além de debater sobre a legalização da venda regulamentada de cannabis.

“Precisamos de uma nova dinâmica em relação às oportunidades e riscos de novas inovações financeiras, cripto-ativos e modelos de negócios”, aponta o documento.

“Defendemos a igualdade de condições com condições de concorrência iguais na [União Europeia], entre modelos de negócios tradicionais e inovadores e em relação a grandes empresas digitais.”

Em um determinado parágrafo, é retratada a disposição para permitir a emissão de ações tokenizadas.

“Os serviços financeiros digitais devem funcionar perfeitamente, portanto, vamos criar o arcabouço legal e a possibilidade de expandir a emissão de títulos eletrônicos para incluir ações”, descreve.

Existe uma nova legislação na nação, adotada no começo deste ano, que permitiu aos gestores de fundos de investimento institucionais – conhecidos em alemão como Spezialfonds – alocar até 20% de seus fundos para criptomoedas.

“O acordo de coalizão é claro: depois de permitir os fundos tokenizados, o próximo passo são ações tokenizadas. Isso é empolgante e vai acelerar a adoção do blockchain tremendamente”, disse Sven Hildebrandt, CEO da Distributed Ledger Consulting (DLC) com sede em Hamburgo, à Decrypt.

Por fim, o novo governo também consentiu que a Alemanha deveria se tornar um dos principais locais no continente para as plataformas FinTech e InsurTech.