Tecnologia

Corretora compra nome de arena famosa por valor bilionário

A compra reforça invasão cripto no esporte

O acordo da corretora e espécie de banco focado em criptomoedas, Crypto.com, para comprar os direitos de propriedade de nome da arena Staples Center foi divulgado nesta quarta-feira (17). 

Essa movimentação reforça um fenômeno que tem se tornado comum ao longo de 2021, a invasão de publicidade de empresas do mercado cripto no cenário esportivo. 

A negociação recente é apenas mais uma entre várias do tipo que aconteceram neste ano. Exemplo disso foi a corretora FTX que espalhou sua marca pelos carros de Lewis Hamilton e Valteri Bottas, da equipe Mercedes, na Fórmula 1. A FTX também comprou os naming rights do ginásio do Miami Heat, também nos EUA.  

A própria Crypto.com já estampa sua marca nas pistas da Fórmula 1 e em vários outros grandes eventos esportivos globais. 

O acordo anunciado nesta quarta-feira (17), no entanto, chama a atenção pelos valores envolvidos, sendo estimados em 700 milhões de dólares, ou quase 4 bilhões de reais, por 20 anos de concessão dos direitos, e também porque o Staples Center é um dos mais emblemáticos palcos esportivos do mundo, na segunda maior cidade dos Estados Unidos. É a casa dos dois principais times de basquete da cidade, o Lakers e o Clippers; do time de hóquei Kings; de eventos de wrestling e de música. Foi lá que o corpo do cantor Michael Jackson foi velado, em 2009. 

“É uma mudança muito simbólica. O Staples Center é muito conhecido nos esportes e também por shows, é um espaço da comunidade importante em Los Angeles. [O acordo] é mais um sinal de como as empresas de cripto estão capitalizadas”, comentou a diretora de crescimento da gestora cripto brasileira Hashdex, Roberta Antunes. 

Segundo Antunes, a estratégia de promoção de marcas, produtos e serviços ligados ao mercado cripto vai se intensificar ainda mais: “Hoje grandes fundos globais já apoiam a indústria cripto, que foi o mesmo formato que aconteceu com a internet nos anos 1990 e fez essa indústria acontecer. É uma tentativa de expandir a base de usuários, dos atuais early adopters para o mainstream. Acho que é uma tendência e vai acontecer com mais frequência, por causa dessa necessidade de aproximar cripto do investidor comum, levar cripto para o dia a dia das pessoas que ainda não fazem parte deste mercado. Acho que veremos cada vez mais essa aproximação das empresas de cripto com o consumidor final”, completou ela. 

No Brasil, o movimento também já é intenso. A própria Hashdex é patrocinadora do atleta Gabriel Benetton, promessa do kitesurf brasileiro. Outro exemplo é a corretora Mercado Bitcoin, que estampa sua marca na camisa do Corinthians e patrocinou as transmissões da última Copa do mundo.