Gastos do Governo: papel do Estado na Demanda

O Governo tem papel importante dentro da dinâmica de crescimento e estímulo à demanda agregada.

O Governo tem papel importante dentro da dinâmica de crescimento e estímulo à demanda agregada. Em alguns momentos do ciclo econômico, os gastos do governo (G) representam mais de 50% do Produto Interno, em alguns países. Entender esse elemento da equação de DA é fundamental para compreender os efeitos dos estímulos monetários e fiscais, de maneira simples e geral. 
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O orçamento do Governo varia em sua organização e legislação própria, mas tem certos fundamentos definidos dentro da macroeconomia. O primeiro passo é diferenciar o gasto corrente dos gastos do governo (G). As despesas correntes estão ligadas ao pagamento de pessoal, contribuições previdenciárias, etc. Em resumo, a receita corrente líquida advinda de imposto paga o próprio funcionamento da máquina pública via despesas correntes*.

Já os gastos do governo sinalizam a injeção direta do Estado na economia podendo estar ligada ao investimento público, aquisição de equipamentos e máquinas, compras públicas em geral e tudo refere ao Governo demandando, adquirindo e/ou gerando capital fixo e emprego**.

A principal dinâmica que fundamenta esse fator da equação é o entendimento da política pública expansionista ou contracionista e seus efeitos dentro da atividade econômica. Quando o Estado gasta em aquisição de novos equipamentos médicos para combater uma epidemia, ele estimula o setor especificamente por injetar uma quantidade de recursos que, os mais constantes, não estariam ali dependendo 100% da iniciativa privada. Ocorre o crescimento da participação de G no PIB, estimulando a demanda agregada.

Se, por exemplo, o Estado corta impostos e/ou gasta mais, ele expande sua participação na demanda agregada: Política Fiscal Expansionista. Se, em outra situação, o Governo diminui a taxa de compulsórios (taxa de depósitos dos bancos comerciais no BCB) e corta juros, ele expande a oferta de liquidez: Política Monetária Expansionista. Se há a necessidade de cortar gastos e/ou aumentar impostos, o governo retira, tudo o mais constante, recursos da atividade econômica, contraindo sua participação na mesma: Política Fiscal Contracionista.

Por fim, se o Banco Central deseja “resfriar” a atividade econômica e controlar a inflação, ela sobe os juros e/ou aumenta a taxa de compulsórios (o primeiro costuma ser mais efetivo do que o segundo, neste caso) contraindo o estoque monetário: Política Monetária Contracionista. 

*A nomenclatura muda em cada país e de acordo com suas leis. O texto sobre o orçamento brasileiro vai detalhar todas essas relações e legislações em torno do gasto público no Brasil;

** Novamente, há questões referentes à nomenclatura e classificação de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) que podem confundir a contabilidade, se interpretada de maneira muito crua, mas o objetivo aqui é simplificar.