Educação financeira

Renda fixa: saiba como investir da melhor forma

Por apresentar uma rentabilidade estável, esta pode ser a melhor opção para quem está começando

Se você é um iniciante no mundo financeiro e está disposto a fazer seu primeiro investimento, é preciso ter em mente qual o caminho mais seguro e, consequentemente, o que gera mais lucro.

Justamente por apresentar uma rentabilidade estável, a renda fixa pode ser a melhor opção para quem está começando e não quer se arriscar antes de solidificar a base do seu patrimônio uma vez que, nesse modelo, o cálculo da remuneração é previamente definido e conhecido desde o momento da aplicação.

No conceito geral, quem compra um título de renda fixa ‘’empresta’’ dinheiro para alguém e, em troca, espera receber o valor aplicado no futuro acrescido de juros, que são a remuneração pelo tempo em que o recurso ficou emprestado. 

Os emissores de títulos de renda fixa podem ser bancos, empresas ou o próprio governo, que utilizam a quantia captada para o financiamento de projetos, pagamento de dívidas ou desenvolvimento de áreas específicas, como o agronegócio e o setor imobiliário.

Apesar da segurança oferecida pela renda fixa, é importante ressaltar que nenhum investimento é sinônimo de retorno garantido. As condições de remuneração variam de papel para papel, de prazo a prazo, de emissor para emissor. Via de regra, esses investimentos seguem alguns indicadores de referência sendo os principais a Selic, o CDI e a TR. 

Selic 

Entender o que é a taxa Selic e como ela afeta os investimentos é fundamental para todo e qualquer investidor. O Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) nada mais é do que um sistema do Banco Central (BC) que registra todas as operações relacionadas aos títulos escriturais do Tesouro Nacional e representa os juros básicos da economia brasileira. 

Devido a isso, ela é usada no mercado interbancário para o financiamento de operações diárias, logo, a taxa média registrada nas operações feitas equivale-se à taxa Selic. Essas operações são empréstimos de curtíssimo prazo – vencem em 24 horas – realizados entre as instituições financeiras, que têm títulos públicos federais dados como garantia.

Em suma, o objetivo da taxa é assegurar a estabilidade da economia e evitar descontroles de preço como os que o país já viveu em décadas passadas, que causam a perda do poder de compra da moeda. 

CDI 

O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é um título de curto prazo emitido pelas instituições financeiras que lastreiam as operações do mercado interbancário, ou seja, as transações entre bancos. Com o objetivo de garantir a distribuição de recursos para atender ao fluxo financeiro exigido pelos bancos, o CDI permite que os mesmos emprestem e peguem recursos emprestados entre si com o prazo de vencimento de um dia útil. 

Tendo isso em vista, a taxa do CDI é calculada com base nas operações de emissão de depósitos entre os bancos pré-fixados e representa as condições de liquidez do mercado. 
Um dos aspectos da taxa do CDI é auxiliar no acompanhamento da taxa Selic, sendo ambas definidas e divulgadas diariamente pela CETIP (Central de Custódia e Liquidação Financeira de Títulos).

Apesar de ser uma taxa de juros para operações de curto prazo, o CDI tornou-se referência para diversas operações financeiras pois, quanto menor a taxa do CDI, mais barato estará o dinheiro que circula no mercado e, com isso, a rentabilidade dos investimentos em renda fixa também pode cair. 

Taxa Referencial 

Criada na década de 1990, a TR veio para ser uma taxa de juros de referência. A intenção era que ela servisse de parâmetro para os juros praticados no Brasil naquela época, marcada pelo descontrole inflacionário que precedeu o Plano Real (e depois, a estabilização econômica). Era um papel semelhante ao que a taxa Selic exerce atualmente.

Nos dias de hoje, ela serve para corrigir os valores ao longo do tempo – assim como, em alguns casos, se toma como parâmetro um índice de inflação, por exemplo.

Apesar de ter perdido parte do domínio ao longo dos anos, a TR segue presente no país, já que é referência para aplicações financeiras de renda fixa muito disseminadas entre os brasileiros, como a poupança. Assim, quando essa taxa aumenta ou diminui, isso gera um impacto direto sobre quanto a caderneta rende.

O valor da TR é calculado diariamente e pode variar bastante no tempo. Porém, desde setembro de 2017, a Taxa Referencial está zerada.