Educação financeira

CRI e CRA: como funcionam os investimentos livres do IR

CRI e CRA são duas boas opções para os investidores que buscam situações mais arrojadas na renda fixa

 

O CRI (Certificados de Recebíveis Imobiliários) e o CRA (Certificados Recebíveis do Agronegócio) são mais duas boas opções de investimentos em renda fixa. Eles ganham a preferência dos investidores por serem isentos do Imposto de Renda. 

CRI e CRA são duas boas opções para os investidores que buscam situações mais arrojadas na renda fixa, deixando de lado o Tesouro Direto. 

Como funcionam os CRIs e CRAs

A dupla funciona de forma semelhante, mas cada um tem sua particularidade. Ambos são emitidos por instituições privadas para obter liquidez nas suas parcelas de financiamentos. 

Eles funcionam com base na securitização de dívidas, as quais são transformadas em títulos de crédito. São como parcelas de uma venda a prazo ou pagamentos de um financiamento – em papéis que podem ser comprados por investidores e negociados no mercado.

A Securitizadora compra compra o crédito e o transforma em títulos que são vendidos aos investidores. A segurança do investimento aumenta ainda mais por ser feito, geralmente, em regime fiduciário. 

Isso quer dizer que os recebíveis ficam separados do patrimônio da empresa. Com isso, o fluxo de pagamento dos investidores não é afetado se a securitizadora tiver dificuldades financeiras. Alguns fatores importantes devem ser considerados pelo investidor:

Rentabilidade: a remuneração que os CRIs e CRAs oferecem é semelhante ao de outros investimentos da categoria. Porém, adotam algumas estruturas. 

Na remuneração prefixada, o investidor já sabe desde o momento em que compra o certificado o valor da taxa de juros que receberá ao longo do tempo – 3%, 5% ou 10% ao ano, por exemplo. Com isso, ele pode calcular exatamente a rentabilidade em reais que obterá até o vencimento do papel.

Já na remuneração pós-fixada, o investidor sabe o indicador que servirá de referência para a remuneração desde o início, que pode ser o CDI ou a taxa Selic, por exemplo. 

Porém, o retorno da aplicação não é conhecido já que seguirá a dinâmica das variações do indicador utilizado. Ou seja, se o indicador subir ou cair ao longo do tempo, a remuneração em reais poderá ser maior ou menor.

Na remuneração atrelada à inflação, os certificados desse tipo têm uma parcela prefixada e outra pós-fixada de rentabilidade.

A parcela prefixada assegura uma taxa de juros mínima (como 4% ou 5% ao ano). Já a pós-fixada é a variação da inflação, medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) ou pelo IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado).

Liquidez: O mercado secundário destes papéis vem se desenvolvendo nos últimos anos e existem alternativas para o investidor sair da operação antes do vencimento.

De modo geral, CRIs e CRAs são considerados produtos de baixa liquidez. No entanto, para quem não tem certeza que poderá manter os investimentos até o vencimento, pode acabar se tornando uma opção ruim. 

Por isso, é importante se atentar sempre aos prazos de vencimentos. Ambos os produtos costumam apresentar vencimentos longos, chegando até 15 anos. 

Vantagens e riscos de investir em CRI e CRA

O primeiro benefício já é o potencial de retorno. Por exemplo, em comparação com títulos públicos, os certificados de recebíveis podem pagar mais, considerando o mesmo período de aplicação.

Outra vantagem, como adiantado anteriormente, é a isenção do Imposto de Renda. Enquanto títulos do Tesouro e CDBs (Certificados de Depósito Bancário) têm IR, por exemplo, os CRIs e CRAs não são tributáveis. 

Esses certificados são aplicações com um risco um pouco maior que outras opções de renda fixa, permitindo aumentar a diversificação e o retorno médio.

Em contrapartida, existem alguns riscos nessas opções de investimento. Uma desvantagem é o fato de que CRIs e CRAs não são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos). 

Esse fundo devolve até R$ 250 mil por investidor caso uma instituição que emite papéis como LCIs e LCAs, ou até CDBs e poupança, caso tenham problemas financeiros. 

Como ocorrem as taxas e tributações dos CRIs e CRAs

Já é sabido que CRIs e CRAs são isentos de IR e IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para os investidores Pessoa Física. Assim, não é preciso descontar da rentabilidade oferecida ao investidor. 

Junto com a isenção, a maioria dos CRIs e CRAs não contam com cobrança de taxa de administração, porém, algumas corretoras podem cobrar taxa de corretagem ou de custódia sobre as aplicações.

Vale investir em CRI e CRA?

A resposta estará sempre atrelada ao desejo do investidor. Se o mesmo estiver em busca de aplicações mais longas, ambas as opções podem ser interessantes. 

CRIs e CRAs podem trazer um bom retorno, principalmente se comercializados no modelo híbrido tendo o IPCA como indicador de rentabilidade. Ao somar esse indicador, o investidor terá um rendimento sempre maior do que a inflação. 

Outro fator que precisa ser analisado pelo investidor é a liquidez. Como já dito anteriormente, CRI e CRA possuem baixa liquidez e menor procura no mercado secundário, portanto, são títulos que renderão mais, caso o investidor aguarde o vencimento.