Educação financeira

CDB: o que é e como funciona?

O CDB é um título de renda fixa emitido por bancos para captar dinheiro e financiar suas atividades

Após um período difícil durante a pandemia, os investimentos em renda fixa voltaram a ser atraentes novamente para os investidores brasileiros, incluindo o CDB (Certificado de depósito bancário). Alta da inflação, guerra na Europa e os aumentos sucessivos da taxa Selic fizeram com que a renda fixa se tornasse, de novo, uma boa opção de investimento. 

O CDB é um título de renda fixa emitido por bancos para captar dinheiro e financiar suas atividades. Após o empréstimo, a instituição financeira devolve o valor aplicado somado ao juro acordado no momento da aplicação. 

Como funciona o investimento em CDB

A lógica de investimento em CDB é bem parecida com a do Tesouro Direto, que funciona como um empréstimo ao governo para realizar políticas públicas, e das debêntures, concessões de recursos para empresas conduzirem grandes projetos.

Existem vários tipos de CDBs e cada um possui uma característica bem particular. São três os modelos mais comuns. 
No CDB prefixado, o investidor consegue calcular exatamente o valor que irá receber até o vencimento do papel, já que a taxa de juros é definida e informada desde o momento da aplicação.

Já o tipo mais comum de CDB disponível no mercado é o pós-fixado. O investidor sabe que indicador servirá de referência para a rentabilidade do papel também desde o momento da aplicação. No entanto, não é possível ele saber exatamente o valor que irá receber, pois seguirá a dinâmica de variações do indicador.

O indicador mais comum, nesse caso, é a taxa do CDI, principal referência de rentabilidade da renda fixa. Geralmente a remuneração de um papel desse tipo é apresentada como um percentual do CDI.

Por exemplo, em um CDB com remuneração de 100% do CDI ao ano, o investidor irá ganhar 100% do que render o CDI ao longo de um ano. A mesma lógica funciona para um papel que pague 80% ou 120% do CDI.

Além disso, os CDBs pós-fixados também podem adotar uma outra forma de remuneração chamada de “CDI mais spread”, que é o CDB mais 2% ao ano. 

No entanto, é bom ter atenção se o CDI subir ou cair ao longo do tempo da aplicação, a rentabilidade em reais poderá ser maior ou menor.

Um outro modelo bastante comum é o do CDB atrelado à inflação. A remuneração destes papéis mescla as duas estruturas acima. Ou seja, oferecem um retorno da parcela prefixada e outra pós-fixada, essa medida por algum indicador. 

Uma modalidade comum é o chamado “CDB progressivo”. Nesse tipo de aplicação, a remuneração aumenta quanto mais tempo o dinheiro permanece investido.

Tributações do investimento em CDB

Os rendimentos dos títulos de CDB devem ser tributados no Imposto de Renda. Uma vantagem dessa modalidade é que o IR é retirado direto da fonte e, com isso, o investidor não precisa declarar o valor.

O percentual para títulos CDB funciona em uma tabela regressiva, ou seja, quanto maior o tempo de aplicação, menor o desconto no rendimento:

O CDB de até 180 dias tem uma alíquota de 22.5%; CDB de 181 a 360 dias é de 20%; CDB de 361 a 720 dias é de 17.5%; CDB acima de 721 dias é de 15%. 

O Imposto sobre Operações Financeiras só é obrigatório em investimentos em que a aplicação e resgate foram realizados em menos de 30 dias.

Como resgatar o dinheiro investido em CDB

Os CDBs são papéis com vencimento, ou seja, as condições acertadas na aplicação – como a remuneração – são garantidas até uma determinada data, quando o dinheiro volta para as mãos do investidor.

Entretanto, muitos CDBs – principalmente de grandes bancos – oferecem liquidez diária. Com isso, é possível resgatá-los a qualquer momento, mesmo que não tenha chegado no prazo final. 

Em outros casos, eles contam com liquidez diária após um prazo mínimo em que o dinheiro não pode ser resgatado, chamado de carência. 

Com isso, em um papel de liquidez diária com carência de seis meses, o resgate é permitido a qualquer momento depois que esse prazo for cumprido.

Há também CDBs com liquidez apenas ao vencimento. Nesse caso, o investidor não pode resgatar o valor antes do prazo acordado no momento da aplicação. Em contrapartida, esses papéis normalmente oferecem uma remuneração melhor do que a dos CDBs com liquidez diária.

Os prazos de vencimento podem ser distintos. Existem os de curto prazo, resgatados a partir de seis meses ou um ano, enquanto os longos têm vencimento a partir de dois anos, podendo chegar a cinco ou mais.

Vantagens e desvantagens do CDB

Os investimentos em CDBs são fáceis e populares e, por conta disso, praticamente todos os bancos oferecem ao menos uma opção dessa categoria aos clientes. 

Outra vantagem dessa categoria é o fato de que os CDBs são cobertos pelo FGC (Fundo Garantidor de Créditos), que funciona como uma espécie de “seguro”, no qual devolve até R$ 250 mil do valor aplicado pelo investidor no caso de a instituição financeira quebrar.

Vale salientar, no entanto, que essa garantia é contabilizada por CPF e por instituição, e não pelo produto. Por isso, caso o investidor tenha também outras aplicações, elas também estarão inclusas, não podendo ultrapassar os R$ 250 mil. 

Um ponto visto como negativo é de que, na liquidez diária, os papéis nem sempre oferecem uma remuneração interessante. Para conseguir taxas maiores, é necessário – quase sempre – abrir mão da liquidez ou encarar um nível maior de risco. 

Apesar de ser um investimento em renda fixa, existem alguns riscos ao investir em CDB. O principal deles é o risco de crédito, pois representa a chance de a instituição financeira que emitiu o papel ter problemas de caixa e acabar “dando um calote” nos investidores.

Para evitar que isso aconteça, o investidor deve sempre pesquisar e analisar a reputação e a solidez financeira do emissor antes de aplicar em um CDB.